Argentina reduz disparidade cambial e registra menor diferença entre dólar oficial e paralelo desde 2019

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Foto: Agustin Marcarian / Reuters

A economia argentina deu um passo significativo nesta terça-feira, quando a diferença entre o dólar oficial e o mercado paralelo atingiu seu nível mais baixo desde 2019. A proximidade das cotações, com uma diferença de apenas 0,5%, reflete os efeitos das recentes flexibilizações cambiais e um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nos últimos anos, a Argentina enfrentou severas restrições cambiais, incluindo controles de capital rígidos e um mercado financeiro cada vez mais distorcido. Em 2023, a disparidade entre o dólar oficial e o chamado “dólar blue” chegou a 200%, gerando incerteza entre investidores e consumidores.

Com a chegada do presidente Javier Milei, reformas econômicas foram implementadas com o objetivo de reduzir as intervenções estatais no câmbio e permitir maior liberdade ao mercado. Esses ajustes incluem a remoção de barreiras para o fluxo da moeda, permitindo ao peso flutuar dentro de uma faixa de negociação entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar.

Atualmente, a cotação oficial do dólar está em 1.176 pesos, enquanto a taxa paralela se encontra em 1.200 pesos. Essa redução na diferença ocorre devido a um aumento da confiança do mercado, impulsionado pelo crédito concedido pelo FMI e pela flexibilização das regulamentações financeiras.

Especialistas apontam que a redução das barreiras cambiais fez com que os bancos na Argentina oferecessem taxas de juros mais atrativas, incentivando os poupadores a manterem seus pesos e utilizá-los para operações de “carry trade” — uma estratégia financeira que busca lucro com a variação dos juros e câmbio.

O governo argentino demonstrou otimismo com os resultados e afirmou que sua intenção é manter o peso no limite inferior da faixa de negociação estabelecida.

Apesar da aproximação entre as cotações oficial e paralela, economistas alertam que a estabilidade do câmbio argentino depende de fatores como controle da inflação, crescimento econômico sustentável e manutenção da confiança do mercado internacional.

O acordo recente com o FMI, somado às reformas promovidas por Milei, mostra que a Argentina segue no caminho de um câmbio mais previsível e menos instável do que nos anos anteriores. No entanto, os desafios ainda são grandes, e a resposta do mercado às próximas medidas do governo será determinante para consolidar a nova política cambial do país.

Fonte: Redação

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