Mercosul-UE: acordo ganha força com tarifas dos EUA, mas enfrenta resistência francesa

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris • 05/06/2025 CHRISTOPHE PETIT TESSON/Pool via REUTERS

A guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode acelerar a conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Especialistas avaliam que a medida pode beneficiar ambos os blocos, criando uma alternativa econômica frente às tarifas impostas pelos EUA.

Impacto das tarifas de Trump

No último dia 23 de maio, Trump ameaçou impor uma tarifa de 50% sobre produtos europeus e dobrou as tarifas de importação de aço para 50%, afetando diretamente o Brasil.

Diante desse cenário, o acordo Mercosul-UE, que prevê redução de tarifas comerciais e facilitação de investimentos, ganha relevância como uma estratégia para fortalecer o comércio entre os dois continentes.

Resistência da França e do setor agrícola

Apesar do avanço das negociações, o acordo enfrenta resistência da França, que busca proteger sua produção agrícola. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o tratado precisa de ajustes, incluindo cláusulas ambientais e de salvaguarda para os agricultores europeus.

Macron questionou a abertura do mercado europeu para produtos que não seguem as mesmas normas ambientais exigidas dos produtores franceses. Segundo ele, isso poderia prejudicar a agricultura local e não beneficiaria o clima.

Posição do Brasil

Em visita à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que as agriculturas brasileira e francesa são complementares e que o acordo pode ser benéfico para ambos os países.

O tratado foi fechado em 6 de dezembro de 2024, mas ainda precisa passar por revisão, tradução, aprovação nos congressos nacionais e ratificação pelo Parlamento Europeu antes de entrar em vigor.

Especialistas apontam que, enquanto o Brasil pode ganhar nas frentes agropecuária e industrial, a França teria benefícios apenas no setor fabril. Além disso, países agrícolas como Polônia e Irlanda também apoiam a reciprocidade ambiental, o que pode dificultar a aprovação do acordo.

Fonte: Redação
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