Trump reforça discurso militar e promete endurecimento contra protestos nos EUA

3 Min de leitura
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa em Fort Bragg, instalação militar do Exército dos EUA, perto de Fayetteville, Carolina do Norte, em 10 de junho de 2025. — Foto: Brendan Smialowki/AFP)

Em um pronunciamento considerado o mais belicoso de seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inflamou a retórica contra opositores ao discursar na base militar de Fort Bragg, na Carolina do Norte. O evento fez parte das comemorações dos 250 anos do Exército dos EUA, mas tornou-se um palco para declarações de combate a protestos que se espalham pelo país. Trump prometeu intervir militarmente na Califórnia, descrevendo a situação em Los Angeles como caótica e usando palavras como “invasão” e “conquista por inimigos estrangeiros”.

A cidade enfrenta um toque de recolher e manifestações contra as políticas migratórias do governo. Além da Califórnia, os protestos se expandiram para Nova York, Chicago e Atlanta, aumentando a tensão nacional. Trump declarou que pode invocar a Lei da Insurreição, criada em 1807, que permite o uso das forças armadas para reprimir agitações civis. O objetivo do presidente, segundo seus críticos, seria a militarização de um reduto democrata, justificando sua investida contra a oposição.

A recepção de Trump pelos militares em Fort Bragg foi calorosa, com soldados gritando seu nome e celebrando suas promessas de fortalecimento das forças armadas. Em seu discurso, ele afirmou que as tropas terão armas avançadas para eliminar os “inimigos” e erradicar a ideologia “woke”, termo usado por conservadores para criticar políticas progressistas.

Trump exaltou o patriotismo das forças militares, declarando: “Gerações de heróis militares não derramaram seu sangue em terras distantes apenas para assistir à destruição do nosso país por uma invasão do Terceiro Mundo e pela ilegalidade.”

A retórica agressiva levanta preocupações entre políticos democratas, incluindo o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que condenou a postura do presidente como um “abuso flagrante de poder”. Ele afirma que a intervenção militar visa aumentar a popularidade de Trump e criar um cenário de conflito para fortalecer sua base eleitoral.

A semana também será marcada pelo 79º aniversário de Trump, que coincide com o aniversário do Exército dos EUA. O presidente prepara um desfile militar apoteótico em Washington, aumentando a grandiosidade da celebração e reforçando sua imagem de comandante firme diante do país.

Os protestos, no entanto, devem continuar a se espalhar. O presidente já alertou que responderá com força bruta caso confrontos se intensifiquem. O impasse entre autoridades estaduais e federais indica que a tensão política e social pode se agravar nos próximos dias.

Fonte: Redação

Compartilhar