Um novo relatório do Banco Mundial, divulgado nesta terça-feira (10), aponta que o crescimento econômico global está caminhando para ser o mais fraco em mais de 60 anos, com impactos provocados por tarifas comerciais e incertezas políticas.
O estudo prevê que, caso as projeções atuais se confirmem, a média de crescimento econômico dos primeiros sete anos da década de 2020 será a mais baixa desde os anos 1960.
O Banco Mundial cita a guerra comercial impulsionada pelo presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, como um dos principais fatores que pesam sobre a economia mundial.
Desde que reassumiu a presidência em janeiro, Trump aumentou tarifas sobre produtos de diversos parceiros comerciais, incluindo setores estratégicos como automóveis e aço. Em julho, novas tarifas severas devem atingir países que ainda negociam acordos comerciais com Washington.
O relatório aponta que a turbulência causada por tensões comerciais e pela aplicação irregular de tarifas está contribuindo para uma desaceleração generalizada do crescimento, afetando as previsões de aproximadamente 70% das economias mundiais.
O Banco Mundial reduziu sua previsão para o crescimento do PIB global em 2025, de 2,7% para 2,3%, indicando um ritmo mais fraco da economia mundial.
Esse índice seria o mais baixo em 17 anos, excluindo os períodos de recessão global registrados em 2009 (após a crise financeira) e 2020 (primeiro ano da pandemia de coronavírus).
Além das tarifas comerciais, outros fatores contribuem para a desaceleração, como o aumento da dívida governamental em diversos países e a incerteza sobre políticas fiscais futuras.
A desaceleração também deve impactar economias emergentes e países de baixa renda, que enfrentam desafios como endividamento crescente e dificuldades para atrair investimentos.
O Banco Mundial alerta que sem reformas estruturais, muitas nações podem enfrentar estagnação prolongada, o que compromete o crescimento global de longo prazo.
Apesar das preocupações, o relatório indica que não há previsão de uma nova recessão global causada pelas tarifas, mas os efeitos da desaceleração serão sentidos amplamente por empresas e consumidores.
As negociações comerciais entre Estados Unidos e China, retomadas nesta semana em Londres, podem ser um fator decisivo para estabilizar expectativas futuras.
Ainda assim, a perspectiva de crescimento econômico continua sendo afetada pela imprevisibilidade das políticas comerciais e pela necessidade de ajustes nos mercados internacionais.