Uma declaração inesperada do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10 de junho) gerou desconforto entre seus apoiadores. O político afirmou, em tom de brincadeira, que convidaria o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice na chapa presidencial de 2026.
A fala causou surpresa na plateia e gerou diversas reações nas redes sociais. A ala ideológica do bolsonarismo considerou o comentário “fora de hora” e “sem graça”, enquanto outros interpretaram a postura de Bolsonaro como uma estratégia para demonstrar que não desistiu de disputar as eleições, mesmo estando inelegível.
Nos grupos ligados ao ex-presidente, a brincadeira foi vista por muitos como um erro estratégico, por não se alinhar ao discurso tradicional do bolsonarismo. Além disso, alguns apoiadores apontaram que Bolsonaro perdeu a oportunidade de reforçar a tese de perseguição política, algo que costuma ser destacado em suas falas públicas e postagens nas redes sociais.
Após críticas iniciais, aliados de Bolsonaro passaram a divulgar mensagens defendendo sua postura, alegando que a fala poderia ser uma jogada política calculada para testar reações e provocar adversários.
O depoimento de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal faz parte da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente é acusado de ter participado de articulações para desacreditar o processo eleitoral e incentivar ações contrárias ao resultado das urnas.
Embora tenha evitado abordar diretamente a tese de perseguição política, Bolsonaro manteve um tom moderado em suas declarações, tentando minimizar o impacto das acusações.
A fala do ex-presidente levanta dúvidas sobre seus planos políticos para o futuro. Mesmo inelegível, Bolsonaro mantém influência sobre a direita brasileira, e seus aliados continuam defendendo a possibilidade de uma reviravolta jurídica que permita sua candidatura em 2026.
