O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, na manhã desta sexta-feira (13 de junho), a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, momentos após sua detenção pela Polícia Federal (PF). A medida faz parte da investigação sobre suposta tentativa de Cid de obter um passaporte português, facilitada pelo ex-ministro do Turismo, Gilson Machado.
A operação e a prisão temporária
Mauro Cid foi preso em sua residência, localizada no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília, durante uma ação da PF. No entanto, sua detenção foi rapidamente revogada pelo STF, permitindo que o militar fosse levado para um novo depoimento na sede da corporação na capital.
Apesar da revogação, a expectativa é que Cid seja ouvido ainda na manhã desta sexta-feira, fornecendo informações sobre sua suposta tentativa de deixar o país.
Envolvimento de Gilson Machado
A operação também resultou na prisão do ex-ministro Gilson Machado, realizada em Recife (PE). Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), Machado teria atuado para conseguir a emissão de um passaporte português junto ao Consulado de Portugal, em Recife, no dia 12 de maio.
A investigação aponta que o objetivo era permitir a saída de Mauro Cid do país, evitando seu envolvimento na apuração sobre a tentativa de golpe de Estado.
Suspeitas de obstrução de justiça
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao STF a abertura de um inquérito contra Gilson Machado, alegando obstrução de investigação e favorecimento pessoal. Além da atuação na obtenção do passaporte, Machado também promoveu uma campanha de arrecadação de dinheiro para Bolsonaro em suas redes sociais, ação que chamou a atenção dos investigadores.
A PF acredita que, embora Machado não tenha conseguido expedir o documento para Cid, ele poderia buscar alternativas em outras embaixadas e consulados para concretizar a fuga.
Caso sejam confirmadas as suspeitas, novas medidas judiciais podem ser tomadas para aprofundar a investigação sobre o ex-ministro e o tenente-coronel.