Os ataques militares de Israel ao Irã, realizados na madrugada desta sexta-feira (13 de junho), provocaram um impacto significativo nos mercados globais, com o petróleo registrando alta de quase 7% e os principais índices acionários despencando.
Alta no preço do petróleo e preocupações sobre o Estreito de Ormuz
Por volta das 11h (horário de Brasília), o barril de Brent subia 6,59%, sendo negociado a US$ 73,93, após atingir US$ 78,50, maior valor desde 27 de janeiro. Já o barril de WTI, referência nos Estados Unidos, teve um aumento de 6,66%, alcançando US$ 72,57, após registrar máxima de US$ 77,62.
Especialistas alertam que o principal fator de preocupação é o Estreito de Ormuz, rota por onde transita cerca de 20% do consumo global de petróleo. A vulnerabilidade da região já havia sido destacada em análises anteriores, e há temor de que novas tensões levem à interrupção no fornecimento.
Se houver fechamento da hidrovia, analistas do JPMorgan estimam que o preço do barril pode disparar para valores entre US$ 120 e US$ 130, quase o dobro das previsões atuais.
Bolsas de valores despencam com aversão ao risco
A crise geopolítica provocou queda generalizada nos mercados financeiros. No Brasil, o dólar abriu em alta, refletindo o movimento global de busca por ativos considerados seguros. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou o dia em queda.
Na Ásia, os principais índices fecharam em baixa:
- Nikkei (Japão): -0,89%
- Hang Seng (Hong Kong): -0,59%
- SSEC (Xangai): -0,75%
- CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,72%
Na Europa, os mercados atingiram o menor nível em três semanas, com perdas expressivas nos principais índices:
- DAX (Alemanha): -1,12%
- CAC 40 (França): -0,77%
- FTSE 100 (Reino Unido): -1,62%
- IBEX 35 (Espanha): -1,28%
Nos Estados Unidos, os futuros de índices também apontavam quedas acentuadas:
- S&P 500: -0,84%
- Nasdaq 100: -1,12%
- Dow Jones: -0,91%
Por outro lado, empresas do setor de energia registraram valorização expressiva, com Chevron e Exxon apresentando ganhos de quase 3% nas negociações pré-abertura.
Ouro e dólar sobem com busca por ativos de proteção
Diante da incerteza gerada pelo conflito, investidores recorreram a ativos de proteção, impulsionando o preço do ouro, que subiu 1,25%, sendo negociado a US$ 3.440.
Além disso, o dólar e o franco suíço também se fortaleceram frente a outras moedas.
Reações internacionais e alerta sobre escalada do conflito
O Irã prometeu retaliação severa aos ataques israelenses. O presidente Donald Trump, por sua vez, declarou que o Irã precisa aceitar um acordo sobre seu programa nuclear para evitar novas ofensivas já planejadas.
A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição de Petróleo informou que suas instalações não foram danificadas e continuam operando normalmente. No entanto, analistas seguem monitorando possíveis impactos no fluxo global de petróleo.
O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou que está acompanhando de perto os desdobramentos do conflito e destacou que a organização possui 1,2 bilhão de barris de estoques de emergência.
Enquanto isso, o secretário-geral da OPEP criticou declarações que sugerem a necessidade de utilizar reservas estratégicas, alegando que esse tipo de alerta costuma gerar volatilidade excessiva nos mercados.
Nos próximos dias, especialistas seguirão avaliando os impactos do conflito e possíveis novas movimentações na economia global.