O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceu à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília no final da manhã desta sexta-feira (13 de junho) para prestar depoimento sobre suspeitas de um plano de fuga.
A PF identificou indícios de que o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, teria tentado intermediar a emissão de um passaporte português para Mauro Cid, o que levantou suspeitas de uma possível tentativa de deixar o país. Como resultado, Machado foi preso na manhã desta sexta-feira.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes chegou a decretar a prisão de Cid, mas a medida foi revogada pouco depois. O militar compareceu à sede da PF de carro e não deu declarações à imprensa ao entrar no prédio.
Mauro Cid é delator no caso sobre tentativa de golpe de Estado
A investigação conduzida pelo STF apura um suposto plano coordenado por auxiliares de Bolsonaro para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e viabilizar um golpe de Estado.
Como delator do caso, Mauro Cid vem sendo investigado por seu envolvimento nos acontecimentos anteriores à posse de Lula e pela possível obstrução de Justiça durante as apurações.
Defesa nega tentativa de fuga
Os advogados de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, Vania Adorno Bitencourt e Jair Alves Pereira, negam que ele tenha solicitado um passaporte português com intenção de fugir do Brasil.
Segundo a defesa, Cid já possuía cidadania portuguesa e carteira de identidade de Portugal, algo que, segundo os advogados, foi informado ao STF anteriormente. Eles alegam que o pedido de cidadania foi feito em janeiro de 2023, pois toda sua família já possuía o documento.
Em fevereiro deste ano, Alexandre de Moraes determinou que a defesa esclarecesse o motivo do pedido de passaporte, mas até o momento não há confirmação de que o documento tenha sido emitido.
Com as novas revelações, a PF deverá analisar registros migratórios, documentos apresentados pela defesa e possíveis movimentações financeiras que possam indicar tentativas de ocultação de informações.
A expectativa é de que novas medidas judiciais sejam adotadas nas próximas semanas, enquanto o STF avalia se há elementos concretos para aprofundar o caso.