O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi libertado na noite de sexta-feira (13 de junho) após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele havia sido preso pela Polícia Federal sob suspeita de tentar facilitar a fuga do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, por meio da emissão de um passaporte português.
Segundo a investigação, Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife, em maio de 2025, para viabilizar o documento que permitiria a saída de Cid do Brasil. A PF afirma que encontrou indícios no celular de Cid de que ele buscava a cidadania portuguesa desde janeiro de 2023, o que reforça a tese de um plano de evasão.
Machado, no entanto, nega qualquer envolvimento com o caso. Em entrevista após ser solto, declarou: “Não matei, não trafiquei, apenas pedi um passaporte para meu pai”. Ele afirma que o contato com o consulado foi para renovar o documento do pai, de 85 anos.
A soltura foi condicionada ao cumprimento de medidas cautelares: cancelamento do passaporte, proibição de deixar a comarca de Recife e de manter contato com outros investigados. Caso descumpra qualquer uma dessas condições, poderá ser preso novamente.
Durante a detenção, Machado ficou em cela isolada no presídio Cotel, em Abreu e Lima (PE), por questões de segurança. Ele foi detido em casa, no bairro de Boa Viagem, e passou por exame de corpo de delito antes de ser transferido.
A prisão de Machado ocorre em meio a uma série de investigações que envolvem aliados do ex-presidente Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado a abertura de inquérito contra o ex-ministro por obstrução de justiça e favorecimento pessoal. A suspeita é de que ele tenha tentado interferir em apurações sobre uma possível trama golpista após as eleições de 2022.