Nego Di quebra silêncio sobre condenação por estelionato e afirma ter sido enganado

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Nego Di falou pela primeira vez sobre condenação – Foto: Domingo Espetacular/Reprodução

O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, falou pela primeira vez sobre sua condenação por estelionato. Atualmente, ele cumpre pena em liberdade em Palhoça, na Grande Florianópolis, após ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a 11 anos e 8 meses de prisão.

Segundo a investigação, Nego Di e seu sócio Anderson Bonetti operavam a loja virtual “Tadizuera”, que oferecia produtos como iPhones, ar-condicionados e televisores por valores abaixo do mercado. O esquema ocorreu entre março e julho de 2021, e os clientes nunca receberam os produtos comprados.

A Polícia Civil concluiu que os réus utilizaram estratégias para ocultar os recursos financeiros, impossibilitando o rastreamento dos valores recebidos pela empresa. Estima-se que a conta empresarial da “Tadizuera” movimentou mais de R$ 5 milhões nesse período, sem que nenhum cliente tivesse sido ressarcido.

O Tribunal apontou que Nego Di usou sua imagem pública para convencer os consumidores, tornando o caso um golpe de grande escala, que afetou cerca de 370 pessoas.

Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, no programa Domingo Espetacular, Nego Di alegou que foi enganado pelo sócio. Ele afirmou que nunca teve participação direta na gestão da loja e que confiou em Bonetti sem conhecer detalhes do negócio.

“Eu confiei numa pessoa que eu não conhecia direito. Ele é um estelionatário profissional. Eu queria que as pessoas comprassem porque eu também acreditava nele.”, afirmou o influenciador.

Ele também afirmou ter ressarcido 15 das 16 pessoas que o processaram, restando apenas um cliente que recusou o acordo.

Outro ponto polêmico envolve uma promessa de doação de R$ 1 milhão às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. De acordo com denúncias, apenas R$ 100 teriam sido repassados. Nego Di, por sua vez, disse ter pago R$ 500 mil e garantiu que parcelaria o restante, mas foi preso antes de cumprir com o combinado.

A sentença foi proferida pela juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, destacando a gravidade dos crimes e afirmando que houve um esquema meticuloso para lesar centenas de consumidores.

Enquanto Nego Di conseguiu um habeas corpus em novembro de 2024 e responde em liberdade, seu sócio Anderson Bonetti segue preso preventivamente e não poderá recorrer da decisão em liberdade.

A defesa de Bonetti criticou a decisão e afirmou que vai recorrer, alegando que a prisão do empresário impede a reparação dos danos às vítimas.

Apesar da condenação, Nego Di segue proibido de acessar redes sociais, uma das medidas impostas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Caso descumpra a determinação, ele pode ser preso novamente.

O caso continua gerando grande repercussão, e a Justiça pode definir novas medidas em relação à reparação das vítimas e possíveis processos adicionais contra os acusados.

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