Uma nova pesquisa realizada pela Ipsos-Ipec revelou que 43% dos entrevistados acreditam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é responsável pela escalada das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Entretanto, 35% dos entrevistados afirmam que as irregularidades começaram durante a gestão de Jair Bolsonaro e só foram descobertas agora porque o governo atual passou a investigá-las. Além disso, 6% concordam com ambas as afirmações, 4% rejeitam ambas, e 12% não souberam responder.
Atuação do governo e percepção pública
O levantamento também mediu a avaliação dos brasileiros sobre a resposta da administração federal às denúncias de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Segundo a pesquisa, 54% dos entrevistados consideram que o governo tem uma atuação ruim ou péssima no caso, enquanto 22% acham que o trabalho da gestão federal é ótimo ou bom.
Escândalo das fraudes no INSS
O esquema de fraudes foi revelado por uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) em abril de 2025. A investigação apontou que sindicatos e entidades associativas teriam cobrado indevidamente cerca de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
Na última sexta-feira (13 de junho), o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou que o órgão já recebeu 3,1 milhões de pedidos de revisão relacionados às cobranças não autorizadas. Caso todas sejam validadas, o montante a ser devolvido aos segurados pode chegar a R$ 2,1 bilhões, considerando correções inflacionárias.
Diante da repercussão do caso, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) deve oficializar nesta terça-feira (17 de junho) a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o esquema de fraudes no INSS.
Além disso, o governo Lula solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de ações individuais de restituição movidas por aposentados. O Ministério da Previdência também indicou que os ressarcimentos virão de recursos públicos, o que pode gerar novos debates sobre o impacto financeiro da devolução dos valores.