Rui Costa: Taxar mais ricos gera conflito político, mas é necessária

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Ministro da Casa Civil, Rui Costa Foto: Wagner Lopes/Ascom CC

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta segunda-feira (16 de junho) que aumentar a tributação sobre pessoas mais ricas provoca “confusão política”. A declaração ocorreu durante uma entrevista em Brasília, na qual o ministro discutiu propostas do governo para mudanças no Imposto de Renda (IR) e no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Propostas de reforma tributária

Entre as medidas estudadas pelo governo federal, estão:

  • Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês a partir de 2026;
  • Tributação de 5% sobre títulos até então isentos, como LCIs e LCAs;
  • Taxação de sites de apostas online, visando ampliar a arrecadação.

Rui Costa destacou que o governo busca mais justiça social, alegando que atualmente os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que os mais ricos.

Na Câmara dos Deputados, parlamentares devem votar ainda hoje um pedido de urgência para derrubar o decreto que aumentou o IOF em algumas operações. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a medida, afirmando que o clima entre os deputados é desfavorável ao aumento de impostos apenas por razões arrecadatórias.

Já o ministro Rui Costa defendeu as mudanças, ressaltando que o objetivo é garantir que os grupos de maior poder aquisitivo contribuam com pelo menos 10% no Imposto de Renda.

“Infelizmente, isso não é fácil de mudar. Sempre que tentamos fazer com que os ricos contribuam mais e os pobres paguem menos, surge confusão na política. E é o que está acontecendo agora.” — disse o ministro.

Além das reformas tributárias, o governo propôs uma Medida Provisória que prevê gratuidade na conta de luz para famílias que consomem até 80 kWh e possuem renda de até meio salário mínimo por pessoa.

A iniciativa pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros, com custo estimado de R$ 3,6 bilhões anuais.

Com as mudanças tributárias em debate e a pressão política sobre o IOF, o governo busca avançar nas discussões sobre a justiça fiscal e a arrecadação. No entanto, os desafios enfrentados na Câmara dos Deputados podem dificultar a aprovação dessas medidas.

O cenário político segue indefinido, e novas votações podem ocorrer nos próximos dias.

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