Carlos Bolsonaro ironiza indiciamento no caso da Abin paralela

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Reprodução/Instagram
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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou seu indiciamento pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (17), no inquérito que investiga o uso ilegal de ferramentas de monitoramento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso conhecido como “Abin paralela”.

Nas redes sociais, Carlos ironizou a decisão: “Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!”.

A PF concluiu o relatório da investigação e enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), indiciando mais de 30 pessoas sob suspeita de utilizar ilegalmente a estrutura da Abin para monitorar autoridades públicas e ministros do STF.

Além de Carlos Bolsonaro, foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. Também figuram na lista integrantes da atual cúpula da agência, incluindo o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa.

Segundo o relatório da PF, Carlos Bolsonaro teria chefiado o chamado “gabinete do ódio”, que usava informações obtidas pela Abin paralela para produzir e disseminar conteúdos nas redes sociais com o objetivo de atacar adversários políticos do ex-presidente.

O ex-presidente foi indiciado por ter conhecimento do funcionamento da estrutura paralela e se beneficiar diretamente dela, enquanto Ramagem é apontado como o principal responsável por organizar o esquema ilegal de monitoramento. A cúpula da Abin foi indiciada por suspeitas de tentar obstruir as investigações.

A investigação revelou que o sistema israelense de geolocalização FirstMile, desenvolvido pela empresa Cognyte (ex-Verint), foi utilizado irregularmente para espionagem, especialmente em 2021, período pré-eleitoral. A ferramenta teria permitido o rastreamento de até 10 mil celulares por ano nos três primeiros anos do governo Bolsonaro.

Entre os alvos da espionagem estavam ministros do STF, deputados e jornalistas, cujas localizações teriam sido rastreadas por essa Abin paralela, estruturada à margem dos procedimentos legais da agência.

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