Manaus em alerta: Rio Negro quase atinge cota crítica

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Tombado como patrimônio histórico, prédio da alfandega foi tomado pela água Foto: Caroline Queiroz/CNN/2021

Com o Rio Negro marcando 28,91 metros nesta quarta-feira (18 de junho), a cidade de Manaus se aproxima perigosamente da cota de inundação severa, definida em 29 metros. A medição, feita no Porto de Manaus, indica que faltam apenas 9 centímetros para que o nível atinja um dos estágios mais críticos de alagamento, o que acende alertas em bairros inteiros e reforça o temor de uma nova emergência urbana.

Entre os dias 1º e 18 de junho, o nível do rio subiu 31 centímetros, numa média de 1,7 cm por dia. O ritmo preocupa não apenas pela força da cheia, mas também pelo cenário de contraste com 2024, quando o Rio Negro registrou o nível mais baixo da história: 12,11 metros. Se antes faltava água, agora transborda, desafiando infraestrutura e planejamento.

Nos bairros da Zona Sul, como o Educandos, moradores têm suas casas invadidas por águas escuras e contaminadas, oriundas dos igarapés. Muitos perderam o acesso às ruas e cobram do poder público a construção de pontes de madeira, ainda não entregues em parte das áreas mais afetadas.

“A parte de baixo da casa já está toda debaixo d’água. A gente pisa no esgoto”, relata Francisca de Alencar, moradora da região.

Fora de Manaus, o cenário também é grave. Em Anamã, 100% do território está alagado. Moradores transformaram as ruas em balneários improvisados, entre banhos, botes e vídeos que viralizam nas redes sociais. Embora a resposta seja criativa, especialistas alertam para o risco de doenças causadas por água contaminada.

Outras cidades também preocupam:

  • Itacoatiara: Rio Amazonas com 14,43m (acima da cota severa)
  • Manacapuru: previsão de até 20,29m no Rio Solimões
  • Parintins: risco moderado de ultrapassar a cota de inundação

Ao todo, 38 municípios do Amazonas estão em situação de emergência. A estimativa é que mais de 420 mil pessoas tenham sido impactadas direta ou indiretamente pela cheia, com perdas materiais e dificuldades de locomoção e abastecimento.

Fonte: Redação
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