A Justiça da Argentina condenou, na quarta-feira (18 de junho), a enfermeira Brenda Cecilia Agüero, de 30 anos, à prisão perpétua pela morte de cinco recém-nascidos e tentativa de assassinato de outros oito bebês no Hospital Materno-Neonatal Ramón Carrillo, localizado em Córdoba. Os crimes ocorreram entre março e junho de 2022.
Segundo as investigações, Brenda injetava doses letais de potássio e insulina em bebês saudáveis logo após o parto. Os medicamentos eram retirados de gabinetes de emergência do hospital, que não possuíam controle rigoroso de estoque, o que facilitava o acesso irregular.
As mortes, inicialmente inexplicáveis, geraram suspeitas após uma sequência anormal de óbitos de recém-nascidos saudáveis. Dos oito bebês que sobreviveram às tentativas de assassinato, todos precisaram de intervenção médica de urgência.
Julgamento envolve outros profissionais do hospital
O processo judicial teve início em janeiro de 2025 e foi conduzido por dois juízes e um júri formado por oito cidadãos. Além da enfermeira, outros cinco servidores públicos foram responsabilizados por negligência ou omissão:
- Liliana Asis, ex-diretora adjunta do hospital, foi condenada a cinco anos de prisão, mas já havia cumprido parte da pena em regime domiciliar e foi libertada.
- Julio Escudero Salama, ex-diretor adjunto, recebeu a mesma pena e poderá pagar fiança para responder em liberdade.
- Pablo Carvajal, ex-secretário de Saúde, foi condenado a quatro anos de prisão e proibido de exercer cargos na área por igual período.
- As médicas Adriana Moralez e Martha Gómez Flores, que integravam o Comitê de Segurança do Paciente e a chefia da Neonatologia, respectivamente, também foram sentenciadas a cinco anos de prisão, com liberação mediante pagamento de fiança.
Já o ex-ministro da Saúde Diego Cardozo e outros profissionais, incluindo a então chefe de enfermagem e membros do setor jurídico do ministério, foram absolvidos.
Enfermeira nega autoria dos crimes
Durante o julgamento, Brenda Cecilia Agüero negou ter cometido os assassinatos e afirmou que não existem provas concretas contra ela. Em declarações públicas, também criticou a cobertura da imprensa, acusando os meios de comunicação de retratá-la como “assassina em série” sem base legal.
Sua mãe, Cristina Nobile, declarou que continuará lutando para provar a inocência da filha e buscar a revisão da sentença.