O governo de São Paulo divulgou que 207 presos beneficiados pela saída temporária de junho não retornaram às unidades prisionais e são considerados foragidos. A operação mais recente da chamada “saidinha” teve início no dia 17 e terminou no dia 23, com a participação de mais de 30,2 mil detentos em todo o estado.
Durante o período, 1.043 presos foram flagrados descumprindo regras como sair da área autorizada, circular à noite ou frequentar bares e eventos. Todos os casos foram comunicados à Justiça, que analisou 1.043 relatórios enviados por policiais militares e penais. Destes, 344 tiveram o benefício revogado — o que representa cerca de 33% das notificações.
Até o momento, 137 detentos foram recapturados e devolvidos ao sistema prisional. Os demais seguem sendo procurados pelas autoridades. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o aumento na fiscalização se deve ao novo protocolo integrado com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que permite o envio imediato de registros eletrônicos pelo Terminal Portátil de Dados (TPD).
O secretário Guilherme Derrite afirmou que o reforço na vigilância busca coibir a reincidência criminal e garantir o cumprimento das medidas judiciais. “Estamos fortalecendo o controle com tecnologia e integração institucional”, disse em nota.
A saidinha temporária é prevista por lei e garante o direito a determinados detentos de deixarem a prisão em datas específicas, sob condições rígidas. No entanto, o alto índice de descumprimento reacende o debate sobre sua eficácia e os mecanismos de fiscalização.