A oposição na Câmara dos Deputados protocolou nesta terça-feira (24) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), pedindo investigação por possível ato de improbidade administrativa. O grupo também acionou o Conselho de Ética da Casa.
A denúncia gira em torno da contratação de dois assessores — Índy Cunha e Ronaldo Cesar Hass — que, segundo a oposição, atuariam como maquiadores da parlamentar, sendo pagos com verba pública. Ambos estão oficialmente lotados como secretários parlamentares no gabinete de Hilton desde dezembro e maio de 2024, com salários brutos de aproximadamente R$ 2 mil e R$ 9 mil, respectivamente.
A representação, assinada pelos deputados Zucco (PL-RS) e Paulo Bilynskyj (PL-SP), solicita apuração sobre possível desvio de finalidade e dano ao erário, além do envio do caso ao Tribunal de Contas da União (TCU). “A utilização de cargo público para prestação de serviços particulares — como maquiagem e produção de imagem pessoal — representa afronta direta à legalidade administrativa e à moralidade no trato da coisa pública”, diz o documento.
Deputada nega irregularidades
Erika Hilton nega qualquer irregularidade e afirma que os dois assessores exercem funções institucionais no gabinete, como participação em comissões, elaboração de relatórios e acompanhamento de agendas. Ela reconhece que ambos têm formação como maquiadores e, eventualmente, a maquiam, mas reforça que essa não é a função principal deles.
“Se não fizessem minha maquiagem, continuariam sendo meus secretários parlamentares”, escreveu a deputada nas redes sociais.
Segundo as regras da Câmara, cada parlamentar pode contratar até 25 secretários parlamentares com verba de gabinete, atualmente fixada em R$ 133.170,54 mensais. O gabinete de Hilton conta com 14 assessores.
A repercussão do caso gerou críticas de parlamentares da oposição, que classificaram a situação como uso indevido da máquina pública. Hilton, por sua vez, vê nas acusações uma tentativa de perseguição política.