O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, recorreu a uma metáfora inusitada nesta quarta-feira (25) para descrever o papel do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante da recente escalada de tensões entre Israel e Irã. Em entrevista coletiva em Bruxelas, Rutte chamou o líder norte-americano de um “papai” que intervém em uma briga entre “crianças”, numa referência ao estilo direto e intervencionista de Trump.
A fala veio após o próprio presidente dos EUA afirmar, em tom informal, que Israel e Irã estão em confronto há tanto tempo que “já não sabem mais o que estão fazendo”, comparando o conflito a uma “briga feia no pátio da escola”. Em resposta, Rutte sorriu e completou: “E então o papai às vezes precisa usar uma linguagem firme para fazer com que eles parem”.
O tom descontraído ocorreu no mesmo dia em que a Otan buscava reafirmar o compromisso com os Estados Unidos, após críticas recentes de Trump à dependência da aliança em relação ao apoio financeiro e militar norte-americano.
Ao ser questionado se estava bajulando o presidente, Rutte rebateu: “Ele não merece elogios? Quando se trata do Irã, ele tomou uma ação decisiva, muito direcionada, para evitar que o país desenvolvesse capacidade nuclear. Acho que ele merece todos os créditos”.
Trump também reagiu às declarações, afirmando que recebeu os elogios com carinho. O presidente comparou ainda os ataques recentes aos centros nucleares do Irã aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, ao dizer que sua ofensiva “encerrou aquela guerra”.
O comentário gerou reações entre analistas internacionais pela comparação com o uso de armas nucleares que mataram mais de 200 mil pessoas no Japão. Apesar disso, não houve resposta oficial da Otan sobre o paralelo histórico.