O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não participará presencialmente da cúpula do BRICS, marcada para a próxima semana no Rio de Janeiro. A decisão foi confirmada nesta quarta-feira (25) pelo Kremlin, que atribuiu a ausência a “dificuldades relacionadas às exigências do Tribunal Penal Internacional (TPI)”.
Segundo Yuri Ushakov, assessor de política externa do governo russo, a indefinição do Brasil quanto ao cumprimento do mandado de prisão emitido pelo TPI contra Putin inviabilizou sua presença. O tribunal acusa o líder russo de crimes de guerra no contexto da invasão da Ucrânia. “O governo brasileiro não conseguiu se posicionar de forma clara sobre essa questão”, afirmou Ushakov, citado pela agência Sputnik.
Embora o Brasil seja signatário do TPI, a execução de mandados depende de decisão soberana. A Rússia, por sua vez, não reconhece a autoridade do tribunal e considera o mandado inválido.
Putin participará da cúpula por videoconferência, enquanto o chanceler russo, Sergei Lavrov, representará o país presencialmente no evento, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho.
A situação repete o cenário de 2023, quando Putin também optou por não comparecer à cúpula do BRICS na África do Sul. Naquele mesmo ano, ele foi recebido na Mongólia — também signatária do TPI — que garantiu que não executaria a ordem de prisão.
Além de Putin, o presidente da China, Xi Jinping, também não deverá comparecer presencialmente à cúpula no Rio, segundo a imprensa chinesa.
