O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a internação provisória do adolescente de 14 anos acusado de matar o pai, a mãe e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. A medida foi divulgada nesta quinta-feira (26) e será executada com escolta policial. O local da internação será definido pela Central de Vagas do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas).
Segundo a investigação da Polícia Civil, o crime ocorreu na madrugada de 21 de junho. O jovem teria esperado os pais e o irmão dormirem para, em seguida, usar o revólver do pai — registrado como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) — e atirar em cada um deles. As vítimas foram identificadas como Inaila Teixeira, de 37 anos, cabeleireira; Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos, enfermeiro; e Antônio Filho, de 3 anos.
Após os homicídios, os corpos foram arrastados até uma cisterna na residência da família. A motivação teria sido a proibição imposta pelos pais para que o adolescente viajasse até o Mato Grosso e conhecesse pessoalmente uma garota com quem se relacionava virtualmente, segundo relatos ligados ao caso.
De acordo com o delegado responsável, o adolescente confessou o crime a um tio, e o revólver usado foi encontrado na casa da avó. Durante as investigações, também foi identificado que, após os assassinatos, o jovem teria feito buscas na internet sobre como sacar o FGTS de pessoas falecidas — o pai teria cerca de R$ 33 mil em benefícios a receber.
A internação está fundamentada no artigo 120 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê o recolhimento provisório de menores de idade em caso de suspeita de ato infracional grave. A medida poderá durar até 45 dias, tempo estimado para o avanço da investigação, julgamento do ato infracional e eventual definição de pena socioeducativa mais duradoura — que pode ser de até três anos.
O adolescente poderá responder por até quatro atos infracionais: três homicídios e ocultação de cadáver. A Justiça destacou que, apesar da gravidade, o menor de idade não pode ser julgado como adulto e continuará tendo direito à educação, acompanhamento psicológico e medidas previstas pelo ECA.