Fim da isenção no LCI e LCA acende alerta em setores econômicos

2 Min de leitura
Imagem: Reprodução

A possível extinção da isenção do Imposto de Renda para Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) está gerando preocupação entre representantes do mercado financeiro e de setores como o agrícola e o imobiliário. Atualmente, esses títulos representam aproximadamente R$ 1 trilhão em investimentos, o equivalente a cerca de 20% de toda a renda fixa movimentada no mercado de capitais brasileiro.

Impulsionadas pelas altas taxas de juros — que chegaram a níveis entre 14% e 15% — as emissões de LCI e LCA cresceram significativamente nos últimos anos. A principal razão para a atratividade desses papéis tem sido a isenção fiscal, que garante retornos mais altos para investidores sem a incidência de IR.

Com o fim dessa isenção em discussão, há receio de que a rentabilidade dos títulos caia e o interesse dos investidores diminua. Isso pode reduzir a oferta de crédito a setores que dependem diretamente desses instrumentos para financiamento, especialmente o agronegócio e o mercado imobiliário.

Mesmo após restrições impostas em 2024 que limitaram o lastro disponível para novas emissões, o mercado de LCI e LCA demonstrou resiliência e seguiu em expansão. No entanto, a perspectiva de mudanças na política fiscal volta a trazer instabilidade e incertezas quanto ao ritmo de emissões e à capacidade de financiamento de setores estratégicos da economia.

Analistas alertam que alterações nesse cenário podem repercutir de forma generalizada na cadeia produtiva e pressionar o custo do crédito no médio prazo. Representantes do setor têm defendido que qualquer revisão na tributação seja acompanhada de medidas que preservem o acesso a financiamentos e evitem retração nos investimentos.

Compartilhar