O advogado Paulo Cunha Bueno, que integra a equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) qualquer tentativa de obter informações privilegiadas sobre o acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A declaração foi protocolada nesta segunda-feira (30) no âmbito da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. No mesmo documento, a defesa de Bolsonaro solicitou que Cunha Bueno fosse dispensado do depoimento marcado para esta terça-feira (1º), às 15h, na sede da Polícia Federal.
Segundo o advogado, não houve qualquer movimento para acessar ilegalmente os termos da delação de Cid. Ele argumenta que não possui relação direta com os fatos investigados e que não deveria ser obrigado a prestar esclarecimentos à PF. Até o momento da última atualização, o Supremo ainda não havia decidido sobre o pedido de dispensa.
Mauro Cid é um dos principais delatores nos inquéritos que envolvem o ex-presidente. Seus depoimentos tratam de diversos episódios investigados, incluindo a tentativa de reverter o resultado das eleições, fraudes em cartão de vacinação e possíveis articulações com militares.
A expectativa é que novas diligências sejam realizadas nos próximos dias, conforme avançam as apurações conduzidas pela Polícia Federal, com aval do STF. O inquérito tramita sob sigilo.