A Apple está repensando sua abordagem em inteligência artificial e avalia substituir seus próprios modelos por soluções desenvolvidas pela OpenAI (criadora do ChatGPT) ou pela Anthropic (criadora do Claude), para modernizar a Siri, sua assistente virtual.
Segundo a Bloomberg, a companhia negocia a implementação de grandes modelos de linguagem (LLMs) em sua nuvem privada — um movimento que significaria romper com sua política histórica de privilegiar tecnologia interna.
📉 Crise interna e busca por soluções mais ágeis
Mesmo com o desenvolvimento dos Apple Foundation Models e planos de lançar uma nova Siri em 2026, testes conduzidos por executivos como Craig Federighi e Mike Rockwell apontaram que os modelos da Anthropic teriam maior eficácia para o assistente. A mudança de rumos ganhou força após críticas à gestão anterior e atrasos no projeto, culminando na saída de John Giannandrea da liderança do time.
A Apple agora considera integrar modelos externos já em 2025. Testes têm sido feitos na Private Cloud Compute, infraestrutura que usa chips próprios da Apple, prometendo maior segurança aos usuários.
🚧 Desafios técnicos, abalo interno e pressão competitiva
Lançada em 2011, a Siri perdeu espaço para rivais como Gemini (Google) e Alexa+. Prometidas atualizações foram adiadas para 2026, gerando frustração interna. Engenheiros relatam insegurança diante da possível adoção de IA terceirizada, que poderia sinalizar um fracasso dos esforços internos. A saída de talentos, como o especialista Tom Gunter, aumentou a preocupação com o futuro da equipe de IA.
💬 Negociações complexas e impacto no ecossistema Apple
A Anthropic estaria exigindo contratos bilionários com aumentos escalonados, dificultando o fechamento de um acordo. A Apple também avalia continuar a expansão com a OpenAI, já parceira desde 2024, e busca outros fornecedores como plano alternativo.
Um reflexo dessa nova mentalidade foi o cancelamento do Swift Assist, ferramenta de programação com IA própria. Em seu lugar, um novo Xcode será compatível com modelos externos, como Claude e ChatGPT, ampliando o leque de opções para desenvolvedores.
🔄 Reorganização e novas apostas
Mudanças na liderança das equipes de IA revelam o momento de transição. Giannandrea perdeu influência e seus times foram realocados. A companhia segue investindo pesado na área, com planos ambiciosos, como robôs de mesa, óculos inteligentes e possíveis aquisições estratégicas.
