Durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026, nesta terça-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras declarações sobre responsabilidade e integridade pública — sem citar nomes, mas em tom claramente direcionado a seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
“Eu nunca vou pedir para vocês fazerem um Pix para mim. Nunca. Guarda o seu dinheiro para pagar os seus funcionários. Eu não quero Pix. E jamais vou pedir anistia antes de ser condenado”, afirmou Lula no Palácio do Planalto.
O presidente ainda completou: “Quem é frouxo não deveria fazer bobagem. Quem não tem coragem não deveria fazer bobagem. Quem não mede o erro das suas consequências não deveria fazer bobagem. Esse país está precisando de um pouco de seriedade.”
Contexto: campanha milionária de apoio a Bolsonaro
Em 2023, o ex-presidente Bolsonaro arrecadou cerca de R$ 17 milhões com doações de apoiadores para quitar multas aplicadas pelo governo de São Paulo, relativas ao não uso de máscara durante a pandemia. Segundo ele mesmo declarou à Polícia Federal, parte dos recursos — cerca de R$ 2 milhões — foram enviados ao seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos EUA.
Haddad reforça críticas ao ex-presidente
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comparou as posturas dos dois líderes. Relembrando o período em que Lula esteve preso, Haddad disse que o atual presidente sempre pediu por justiça e nunca por perdão. “Esse [Bolsonaro] nem foi julgado ainda e já está pedindo perdão, pedindo anistia, correndo, como sempre corre do debate”, disparou.
Tensão política e discursos estratégicos
As falas de Lula e Haddad reforçam o contraste político entre o atual governo e seu antecessor — especialmente em momentos nos quais acusações contra Bolsonaro ganham espaço no noticiário. O tom adotado também busca afirmar compromisso com transparência e responsabilidade, em meio a embates crescentes no cenário pré-eleitoral.