A União Europeia está disposta a aceitar uma tarifa universal de 10% sobre grande parte de suas exportações para os Estados Unidos, desde que Washington ofereça concessões significativas em áreas como produtos farmacêuticos, semicondutores, bebidas alcoólicas e aeronaves comerciais.
Pressão pelo prazo: até 9 de julho
O prazo para um acordo com o governo Trump termina em 9 de julho. Caso não haja entendimento até lá, entrará em vigor uma tarifa de 50% sobre praticamente todas as exportações europeias aos EUA — medida que o presidente americano justifica como forma de proteger a indústria nacional e compensar cortes de impostos.
O que a UE quer em troca
Além de exceções em setores de alto valor agregado, a UE busca:
- Isenções e cotas para suavizar tarifas já em vigor:
- 25% sobre automóveis e autopeças
- 50% sobre aço e alumínio
- Garantias de que tarifas futuras também sejam discutidas desde já
Exportações em risco
- Em 2024, a UE exportou:
- €52,8 bilhões em carros e peças automotivas para os EUA
- €24 bilhões em aço e alumínio
- Estima-se que 70% das exportações europeias aos EUA já estejam sujeitas a tarifas, totalizando €380 bilhões
Quatro cenários possíveis
- Acordo com assimetrias toleráveis
- Proposta desequilibrada dos EUA, inaceitável
- Prorrogação do prazo para seguir negociando
- Trump se retira das conversas e impõe tarifas de 50% unilateralmente
Retaliação europeia em preparação
- A UE já aprovou tarifas retaliatórias sobre €21 bilhões em produtos dos EUA, mirando estados politicamente sensíveis como Louisiana
- Uma lista adicional de €95 bilhões em tarifas está pronta, atingindo produtos como aviões da Boeing, automóveis e bourbon
- O bloco também avalia medidas não tarifárias, como controle de exportações e restrições em contratos públicos
Tentativa de cooperação estratégica
A UE tenta incluir no acordo áreas de cooperação econômica, como:
- Gás natural liquefeito
- Tecnologias de inteligência artificial
O objetivo é ampliar o escopo do pacto e evitar uma guerra comercial frontal com os EUA