O atleta brasileiro Hugo Calderano, do tênis de mesa, foi impedido de entrar nos Estados Unidos após tentativa frustrada de embarque para competir em um torneio em Los Angeles. A restrição ocorreu por causa de uma regra norte-americana vigente desde 2015, que exclui da isenção de visto estrangeiros que tenham visitado países considerados “sensíveis”, incluindo Cuba.
De acordo com a assessoria de Calderano, o atleta viajou à ilha caribenha em 2023 para disputar o Campeonato Pan-Americano e o classificatório para os Jogos Olímpicos de Paris. Por essa razão, foi barrado ao tentar ingressar no país com passaporte português por meio do sistema ESTA — programa de dispensa de visto para cidadãos de 42 países, do qual Portugal faz parte.
Segundo as normas do programa, qualquer pessoa que tenha visitado Cuba após 12 de janeiro de 2021 deve solicitar um visto regular americano. Cuba foi incluída na lista de restrições durante o governo do presidente Joe Biden, ampliando os critérios de controle ligados à política de “Prevenção à Circulação de Terroristas”.
A equipe de Calderano tentou solicitar um visto de emergência para garantir a participação do atleta no evento, mas não obteve sucesso. Por ora, ele está impossibilitado de competir em território norte-americano sem novo processo consular.
O programa de isenção de visto permite viagens de até 90 dias aos EUA para fins de turismo ou negócios, desde que o viajante não tenha passado por países como Coreia do Norte, Irã, Iraque ou Cuba no intervalo estipulado. O formulário ESTA é exigido para liberação da entrada, com custo inferior ao de um visto convencional.
Calderano é atualmente um dos principais nomes do tênis de mesa internacional, fluente em sete idiomas e representante brasileiro em competições de alto nível. O impedimento gerou repercussão no meio esportivo e reabre discussões sobre o impacto de regras diplomáticas em trajetórias de atletas.