A cidade de Sinjil, a cerca de oito quilômetros de Ramallah, está completamente cercada por muros, cercas de aço de cinco metros e postos de controle que limitam o deslocamento de seus aproximadamente 8 000 habitantes. Apenas uma entrada permanece aberta, vigiada por soldados israelenses, o que obriga moradores a enfrentar longas filas e autorizações para entrar ou sair.
Para agricultores como Mousa Shabaneh, 52 anos, o impacto foi devastador. “Sinjil agora é uma grande prisão”, lamenta ele, cujo viveiro de mudas foi destruído e proibido de acesso. Sem poder chegar ao terreno, perdeu todas as árvores que sustentavam sua família de nove pessoas.
A transformação de Sinjil reflete a intensificação do cerco imposto por Israel à Cisjordânia desde outubro de 2023. Muros, torres de observação e checkpoints se multiplicaram, agravando o isolamento econômico e social. Segundo Israel Gantz, chefe do Conselho Regional de Binyamin, as barreiras são necessárias para conter ataques a colonos, mas para muitos palestinos equivalem a punição coletiva.
No dia a dia, simples trajetos se estendem por horas. A personal trainer Sana Alwan, também de 52 anos, conta que o percurso até Ramallah, antes de minutos, agora chega a três horas, atrapalhando seu trabalho e o sustento da família. Mesmo diante das restrições e perdas, os moradores de Sinjil buscam resistir, mantendo sua rotina sob o que descrevem como uma prisão a céu aberto.