Brasil e China firmam acordo para estudar ferrovia que ligará o Atlântico ao Pacífico

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REUTERS/Ueslei Marcelino
REUTERS/Ueslei Marcelino

O governo brasileiro assinou nesta segunda-feira (7) um memorando de entendimento com a China para estudar a viabilidade de um novo corredor ferroviário bioceânico, conectando o Brasil ao Oceano Pacífico por meio do Porto de Chancay, no Peru.

 Um projeto de integração continental

O acordo foi firmado entre a estatal brasileira Infra S.A. e o China Railway Economic and Planning Research Institute, braço técnico da maior empresa ferroviária pública do mundo. O objetivo é criar uma rota ferroviária estratégica que atravesse o território brasileiro, passando por estados como Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até alcançar o litoral peruano.

Essa ferrovia se integrará às ferrovias Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), formando um eixo logístico que promete reduzir em até 10 dias o tempo de transporte de cargas entre o Brasil e a Ásia.

 Ganhos logísticos e geopolíticos

O corredor bioceânico é visto como uma peça-chave para reposicionar o Brasil no comércio internacional, especialmente nas exportações de grãos, minérios e produtos industrializados para o mercado asiático. A iniciativa também se alinha ao Novo PAC, à Nova Indústria Brasil e à Iniciativa Cinturão e Rota da China.

 Diplomacia e cooperação técnica

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que o interesse chinês foi manifestado diretamente pelo presidente Xi Jinping durante encontro com o presidente Lula. “Eles querem rasgar o Brasil com ferrovias”, afirmou Tebet, ressaltando que o projeto só será viável com capital e tecnologia chinesa.

 Próximos passos

  • O leilão do eixo Fico-Fiol está previsto para o primeiro semestre de 2026
  • Estudos técnicos, ambientais e de viabilidade econômica serão conduzidos nos próximos anos
  • O projeto integra as Rotas de Integração Sul-Americana, que conectam o Brasil a portos no Pacífico

Esse acordo marca um novo capítulo na cooperação Brasil-China e pode transformar a infraestrutura logística da América do Sul, criando uma ponte terrestre entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

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