O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar para 1º de agosto a retomada das chamadas “tarifas recíprocas”, que haviam sido anunciadas em abril e estavam suspensas por 90 dias. O prazo original expiraria nesta quarta-feira (9), mas será estendido por meio de uma ordem executiva, segundo confirmou a Casa Branca nesta segunda-feira (7).
Cartas e novas tarifas
Em paralelo ao adiamento, Trump iniciou o envio de cartas a pelo menos 12 países, informando sobre as novas alíquotas que entrarão em vigor caso não sejam firmados acordos bilaterais até o fim do novo prazo. Já foram anunciadas tarifas sobre produtos de:
- 🇯🇵 Japão: 25%
- 🇰🇷 Coreia do Sul: 25%
- 🇲🇾 Malásia: 25%
- 🇰🇿 Cazaquistão: 25%
- 🇿🇦 África do Sul: 30%
- 🇲🇲 Mianmar: 40%
- 🇱🇦 Laos: 40%
As cartas, divulgadas por Trump em sua rede Truth Social, afirmam que os EUA estão dispostos a negociar, mas exigem “comércio justo e equilibrado”. O presidente também alertou que qualquer retaliação será respondida com tarifas adicionais.
Estratégia e impacto
A medida faz parte da estratégia de Trump de usar tarifas como ferramenta de pressão para renegociar acordos comerciais. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, não haverá nova prorrogação: “É agora que vai acontecer”.
Até o momento, os EUA fecharam acordos apenas com Reino Unido, Vietnã e parcialmente com a China. A União Europeia, o Brasil e outros parceiros ainda estão em negociação.
Alvo político e econômico
Trump também ameaçou impor uma tarifa extra de 10% a países que, segundo ele, “se alinharem a políticas antiamericanas do BRICS” — grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A nova rodada de tarifas amplia a tensão no comércio global e pressiona países a cederem às exigências dos EUA. O gesto é visto como parte da estratégia eleitoral de Trump, que busca reforçar sua imagem de negociador duro e defensor da indústria americana.