O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou em entrevista ao apresentador Tucker Carlson, da Fox News, que Israel tentou assassiná-lo durante um bombardeio a uma reunião em que ele estava presente. A declaração foi divulgada nesta segunda-feira (7) e marca mais um capítulo nas tensões entre Teerã e Tel Aviv.
“Sim, eles tentaram. Agiram nesse sentido, mas fracassaram”, disse Pezeshkian, atribuindo a autoria do ataque exclusivamente a Israel. “Não foram os Estados Unidos. Foi Israel. Eles tentaram bombardear a área onde estávamos reunidos”, completou.
O presidente iraniano, no entanto, não especificou a data do suposto atentado, nem confirmou se o episódio está relacionado à guerra de 12 dias entre Irã e Israel, ocorrida em junho deste ano.
Conflito recente e escalada de tensões
Durante o conflito de junho, Israel lançou ataques aéreos que resultaram na morte de mais de 30 oficiais de segurança e 11 cientistas nucleares iranianos. O Irã respondeu com mísseis contra cidades israelenses, como Tel Aviv e Haifa. Os Estados Unidos também participaram da ofensiva, bombardeando três instalações nucleares iranianas — Fordow, Natanz e Isfahan.
Na época, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegaram a considerar a eliminação do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Trump chegou a chamá-lo de “alvo fácil”, mas vetou um plano israelense para assassiná-lo.
Programa nuclear e retomada do diálogo
Apesar das acusações, Pezeshkian afirmou estar disposto a retomar negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano:
“Não vejo problema em negociar. Mas como confiar novamente nos EUA, se no meio das conversas Israel pode receber permissão para nos atacar?”, questionou.
O presidente também criticou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acusando-a de parcialidade e de ter fornecido pretextos para os ataques israelenses. Em resposta, o Irã suspendeu a cooperação com a agência e proibiu o acesso de inspetores às suas instalações nucleares.
Contexto político
Masoud Pezeshkian assumiu a presidência do Irã em julho de 2024, após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero. Considerado um político reformista, ele enfrenta desafios internos e externos, incluindo a reconstrução da confiança internacional e a contenção de tensões com Israel e os EUA
