Trump pressiona por cessar-fogo em Gaza até o fim da semana e cobra libertação de prisioneiros

3 Min de leitura
Foto: REUTERS/Suzanne Plunkett/Pool
Foto: REUTERS/Suzanne Plunkett/Pool

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um prazo para que seja firmado um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza: até o final desta semana. A proposta inclui a libertação de prisioneiros israelenses e uma retirada parcial das tropas de Israel, segundo fontes diplomáticas citadas pelo The Times of Israel.

 Proposta em negociação

Durante coletiva de imprensa na segunda-feira (7), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que encerrar a guerra em Gaza é a “maior prioridade” do governo Trump. Ela confirmou que Israel já aprovou a proposta dos EUA, e que agora o plano aguarda apenas o aceite formal do Hamas.

O acordo prevê:

  • Um cessar-fogo inicial de 60 dias, prorrogável mediante novas negociações
  • Libertação escalonada de prisioneiros vivos e entrega dos corpos de reféns falecidos
  • Retirada parcial das tropas israelenses, com manutenção de presença no Corredor Morag
  • Ampliação da ajuda humanitária, com apoio da ONU e revisão do papel da Fundação Humanitária de Gaza (GHF)

 Ponto de impasse: cessar-fogo temporário ou permanente?

O principal entrave nas negociações é a natureza do cessar-fogo. Israel insiste em um acordo temporário, enquanto o Hamas exige que a trégua seja permanente. O grupo palestino também propôs remover a cláusula de “boa-fé” das negociações futuras, o que, segundo Israel, poderia permitir que o Hamas prolongue indefinidamente o processo e impeça uma retomada militar.

 Encontros em Washington e avanços em Doha

Trump recebeu o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca na segunda-feira. Antes do encontro, Netanyahu se reuniu com o secretário de Estado Marco Rubio e com o enviado especial Steve Witkoff, que deve viajar a Doha ainda esta semana para acompanhar as negociações.

Em Doha, as conversas entre representantes de Israel e Hamas, mediadas por EUA, Catar e Egito, avançaram especialmente na pauta da ajuda humanitária. Um diplomata árabe confirmou que houve consenso sobre a ampliação do auxílio, embora ainda haja divergências sobre a segurança nos pontos de entrega.

 Cronograma da libertação de prisioneiros

O plano em discussão prevê a libertação de aproximadamente metade dos 20 prisioneiros vivos:

  • 8 reféns seriam libertados no primeiro dia do cessar-fogo
  • 2 reféns no 50º dia
  • Entrega dos corpos de reféns falecidos seria feita em três etapas: 5 no 7º dia, 5 no 30º e 8 no 60º dia

Com o prazo final se aproximando, Trump aposta na pressão diplomática para selar um acordo que possa encerrar a guerra de quase dois anos em Gaza. O sucesso da iniciativa pode representar um marco em sua política externa — e, como sugerido por Netanyahu, até mesmo uma candidatura ao Prêmio Nobel da Paz

Compartilhar