O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta terça-feira (8) a imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações de cobre, como parte de nova rodada de medidas comerciais voltadas à reindustrialização do país. A declaração foi feita durante uma reunião de gabinete, na qual Trump também mencionou a possibilidade de taxas de até 200% sobre produtos farmacêuticos, sem confirmar prazos para implementação.
A decisão sobre o cobre foi antecipada em fevereiro, quando o governo ordenou uma investigação por motivos de segurança nacional. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, informou que a apuração foi concluída e que o objetivo é incentivar a produção doméstica, alinhando as tarifas às já aplicadas ao aço e alumínio.
Com o anúncio, o contrato futuro de cobre para setembro teve alta de 10,5%, negociado a US$ 5,8955 por libra, enquanto ações da mineradora Freeport-McMoRan subiram 5%, com investidores prevendo vantagens para produtores internos. Os Estados Unidos importam cerca de 50% do cobre consumido, principalmente do Chile, segundo dados oficiais.
No setor farmacêutico, Trump sugeriu que as tarifas serão anunciadas “muito em breve”, com índices “muito altos, tipo 200%”. A medida foi justificada com o argumento de que empresas devem trazer suas fábricas de volta ao território americano. A declaração se apoia na Seção 232 da Lei de Comércio, que permite a aplicação de tarifas com base em segurança nacional.
Empresas do setor, como Eli Lilly, AbbVie e Johnson & Johnson, já haviam alertado sobre impactos negativos em pesquisa, desenvolvimento e abastecimento, mas mantiveram suas ações estáveis após os comentários. Especialistas avaliam que, sem garantias de prazo, o anúncio funciona como pressão estratégica sobre fabricantes internacionais.
