A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por corrupção.
A visita ocorreu durante a Cúpula do Mercosul, realizada em Buenos Aires, e foi autorizada pela Justiça argentina. Lula permaneceu cerca de 50 minutos na residência de Kirchner e publicou mensagens de apoio à ex-líder peronista em suas redes sociais.
Críticas da oposição
O requerimento foi apresentado por deputados do partido Novo, que alegam que a visita não fazia parte da agenda diplomática oficial e que Lula não se reuniu com o atual presidente argentino, Javier Milei, eleito democraticamente. Para os parlamentares, o gesto representa uma ingerência indevida nos assuntos internos da Argentina e um desrespeito ao Judiciário do país vizinho.
Além da convocação, a comissão aprovou uma moção de repúdio à conduta de Lula e do chanceler Mauro Vieira, que acompanhou o presidente na visita. Segundo os autores, o Itamaraty estaria agindo com afinidades ideológicas e solidariedades seletivas, comprometendo a neutralidade da diplomacia brasileira.
Lula defende gesto de solidariedade
Nas redes sociais, Lula justificou o encontro como um ato de amizade e apoio pessoal: “Tenho por Cristina uma amizade de muitos anos que vai muito além da relação institucional”. Ele também pediu que a ex-presidente “siga firme na luta por justiça”.
Cristina Kirchner, por sua vez, classificou a visita como um ato político de solidariedade, e voltou a afirmar que é vítima de perseguição judicial com motivações políticas.
