Tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros pode gerar perdas bilionárias

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REUTERS/Ken Cedeno
REUTERS/Ken Cedeno

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025 causou forte reação no Brasil e acendeu alertas sobre o impacto econômico da medida. A tarifa será adicional às já existentes, e não cumulativa com outras taxas setoriais, como as de automóveis, aço e alumínio.

Segundo o próprio Trump, a medida é uma resposta à “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao que ele chamou de “barreiras injustas” ao comércio com os EUA. O governo brasileiro, por sua vez, prometeu retaliação com base na Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril.

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Setores mais afetados pelas tarifas

As exportações brasileiras para os EUA somaram cerca de US$ 30 bilhões em 2024, com destaque para produtos de alto valor agregado e commodities. A nova tarifa pode comprometer a competitividade de diversos setores:

Produto Exportações em 2024 Participação dos EUA Impacto estimado
Café US$ 2 bi 16,7% Alta perda de margem e encarecimento ao consumidor
Carne bovina US$ 1,6 bi 16,7% Até 5% da receita líquida da Minerva
Suco de laranja US$ 1,3 bi 41,7% Aumento de 533% na tarifa por tonelada
Petróleo US$ 5,8 bi 13% Perda “modesta” pela flexibilidade logística
Aeronaves US$ 2,4 bi 63% Forte impacto na Embraer
Ferro e aço semifaturado US$ 2,8 bi 70% Queda na competitividade frente a Rússia e Índia
Madeira US$ 1,6 bi 40% Risco de substituição por Canadá e Chile
Máquinas e motores US$ 1,3 bi 60% Prejuízo para empresas como WEG
Eletroeletrônicos US$ 1,1 bi Principal destino Setor vulnerável à perda de mercado

Reações e próximos passos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida como “inaceitável” e convocou uma reunião de emergência com ministros e diplomatas. A carta enviada por Trump foi devolvida ao governo dos EUA por ser considerada “ofensiva”.

A escalada tarifária pode evoluir para uma disputa comercial formal, com o Brasil acionando a Organização Mundial do Comércio (OMC) ou buscando acordos com outros parceiros, como União Europeia e China.

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