Laudo aponta que Juliana Marins viveu por 32 horas após acidente no Monte Rinjani

2 Min de leitura
Defensora Taísa Bittencourt, Mariana Marins, Reginaldo Franklin e o perito Nelson Massini — Foto: Henrique Coelho/g1

A jovem Juliana Marins, turista brasileira que faleceu durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, sobreviveu por 32 horas após uma primeira queda de 220 metros, segundo perícia apresentada nesta sexta-feira (11) em coletiva realizada por familiares e especialistas no Rio de Janeiro.

Juliana sofreu um segundo acidente fatal ao deslizar mais 62 metros e cair de frente sobre rochas. A autópsia realizada no Brasil confirmou que a causa da morte foi politraumatismo e hemorragia interna, resultante de múltiplos impactos contra superfícies irregulares.

A primeira queda ocorreu em 20 de junho, por volta das 17h, e resultou em lesão na coxa, segundo radiografia. Ela ficou presa em uma área de difícil acesso e conseguiu gritar por ajuda no dia seguinte, sendo vista pela última vez às 7h51 (horário local) por turistas espanhóis.

O corpo de resgate local foi acionado 2 horas e 23 minutos após a queda, mas levou 18 horas para alcançar apenas 150 metros da encosta, sem conseguir atingir o ponto exato onde Juliana estava. A estimativa do horário de sua morte, às 12h15 do dia 22, foi calculada com base na análise de larvas encontradas no couro cabeludo, que indicam a sobrevivência prolongada.

Autópsia realizada no Brasil

A análise técnica realizada por peritos da Polícia Civil e especialistas independentes detalha os traumas:

  • Fratura grave no fêmur, o que pode ter causado imobilidade
  • Contusões no crânio com hemorragia intracraniana
  • Fratura nas costelas, incluindo perfuração da pleura e comprometimento pulmonar (pneumotórax)
  • Lesões escoriativas por deslizamento em diversas partes do corpo

A autópsia foi dificultada pelo estado do corpo, que passou por embalsamamento com formol antes da análise no Brasil, comprometendo parte dos exames clínicos mais sutis.

A coletiva contou com a presença da irmã da vítima, Mariana Marins, e dos peritos Reginaldo Franklin e Nelson Massini, além da defensora pública federal Taísa Bittencourt Leal Queiroz, que acompanhou o processo de repatriação.

Compartilhar