Brasil reage com firmeza à ameaça de sanções da Otan por comércio com a Rússia

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Foto: Lehtikuva/Antti Aimo-Koivisto via Reuters
Foto: Lehtikuva/Antti Aimo-Koivisto via Reuters

O governo brasileiro criticou duramente as declarações do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que sugeriu a possibilidade de sanções comerciais contra países que mantêm relações com a Rússia, incluindo o Brasil. A fala foi feita durante uma reunião com senadores americanos, em meio à escalada de tensões provocada pela guerra na Ucrânia.

“Isso pode atingir vocês de forma muito forte”

Rutte afirmou que países como Brasil, China e Índia deveriam pressionar o presidente russo Vladimir Putin a se comprometer com negociações de paz, sob pena de sofrerem sanções secundárias de até 100%:

“Se você é o presidente do Brasil, talvez queira dar uma olhada nisso, porque isso pode atingir vocês de forma muito forte”, disse Rutte.

Impacto global e reação brasileira

Fontes do governo brasileiro classificaram a declaração como “absurda” e prejudicial ao equilíbrio global, alertando para os riscos de:

  • Agravamento da insegurança alimentar, já que a Rússia é líder na exportação de fertilizantes e grãos
  • Crise energética, especialmente na Europa, que ainda depende do gás russo para cerca de 20% de sua demanda

🇧🇷 Histórico de posicionamento

O Brasil já havia se manifestado contra sanções a fertilizantes em 2022, durante o governo Bolsonaro, solicitando à ONU que excluísse esses insumos das restrições. Agora, o Palácio do Planalto reforça que medidas punitivas não devem atingir países que buscam garantir sua segurança alimentar e energética por meio de comércio legítimo.

Pressão coordenada entre EUA e Otan

A ameaça de Rutte ocorre em sintonia com o presidente Donald Trump, que anunciou um prazo de 50 dias para avanços nas negociações de paz, sob risco de aplicar tarifas de até 100% sobre países que continuem comprando petróleo e derivados da Rússia.

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