Durante participação no 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria julgado e possivelmente preso se tentasse promover no Brasil uma ação semelhante à invasão do Capitólio, ocorrida em janeiro de 2021. Na ocasião, apoiadores de Trump tentaram impedir a posse de Joe Biden, eleito democraticamente.
Lula fez a comparação ao comentar as recentes tarifas impostas pelos EUA contra produtos brasileiros. Segundo o presidente brasileiro, Trump enviou uma carta ameaçando taxar o Brasil em 50%, caso o país não interviesse judicialmente para libertar o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe.
“Trump mandou uma carta via e-mail dizendo que, a partir do dia 1º de agosto, se não liberar o Bolsonaro, vai taxar em 50%”, afirmou Lula. “Não aceitamos que ninguém fora do Brasil se meta em nossos problemas internos.”
Lula reiterou que o Brasil pretende responder de forma civilizada às sanções anunciadas pelos EUA, mantendo sua posição de defesa do multilateralismo. Ele afirmou que o Brasil não aceita imposições externas e reforçou a intenção de cobrar impostos sobre empresas digitais norte-americanas que atuam no país.
O presidente também criticou o papel desempenhado por Eduardo Bolsonaro, que, segundo ele, estaria nos Estados Unidos pressionando Trump pela absolvição do pai.
Durante o discurso, Lula classificou Bolsonaro e seus familiares como “traidores da história do Brasil”, afirmando que o grupo teria prejudicado o país ao se alinhar a interesses estrangeiros em detrimento de decisões soberanas. O presidente disse que pretende resgatar os símbolos nacionais, como a bandeira verde e amarela, para o povo brasileiro.
Lula encerrou sua participação com uma reflexão sobre os partidos de esquerda, destacando a discrepância entre o número de vitórias presidenciais do PT e a baixa representação no Congresso Nacional. Ele instou os jovens e dirigentes partidários a refletirem sobre essa dinâmica às vésperas das eleições de 2026.