Grupo de Haia anuncia sanções históricas contra Israel em conferência de emergência em Bogotá

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Reunidos em Bogotá, Colômbia, representantes de 30 países anunciaram nesta quarta-feira (16) uma série de sanções inéditas contra Israel, com foco no embargo total à exportação e importação de armas. A medida, promovida pelo Grupo de Haia, é uma resposta direta à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e à crise humanitária nos territórios palestinos.

🇨🇴 Liderança colombiana e apelo internacional

A iniciativa foi liderada pelo presidente colombiano Gustavo Petro, que defendeu uma ação firme do Sul Global diante do prolongado conflito. A conferência contou com a presença de delegações da África do Sul, Bolívia, Cuba, Malásia, Namíbia, Senegal, entre outros, além de representantes da ONU, União Europeia e países árabes.

Principais medidas aprovadas

  • Embargo internacional de armas: proibição de qualquer transação armamentista com Israel
  • Bloqueio logístico: veto ao uso de portos e embarcações dos países signatários para transporte de armamentos
  • Sanções comerciais: empresas que apoiarem direta ou indiretamente a ocupação israelense estarão sujeitas a punições legais
  • Rompimento de cooperação militar: fim imediato de acordos bilaterais com o governo israelense
  • Apoio aos mandados do TPI: compromisso em cumprir os mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por crimes de guerra

Francesca Albanese, relatora da ONU, faz apelo contundente

Durante a abertura, a relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos, Francesca Albanese, pediu ações concretas:

“Não se trata de simpatia ou caridade. São obrigações internacionais. Manter relações com Israel é legitimar a ocupação e os crimes contra civis palestinos”

Prazo e monitoramento

O embargo deverá ser implementado até 20 de setembro e será acompanhado por mecanismos de fiscalização e relatórios públicos sobre o cumprimento das medidas.

🇺🇸 Confronto diplomático com os EUA

A declaração final também lança um desafio direto ao governo de Donald Trump, que tem apoiado irrestritamente o governo de Netanyahu e bloqueado resoluções de cessar-fogo na ONU.

Novo paradigma diplomático

A conferência marca um momento simbólico na diplomacia internacional, com o surgimento de um bloco que propõe uma política externa baseada na solidariedade, legalidade internacional e defesa dos povos ocupados.

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