O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em publicação em sua rede social que está em negociação com a Coca-Cola para substituir o tradicional xarope de milho da fórmula da bebida por açúcar de cana. De acordo com Trump, a empresa teria concordado com a proposta, embora não tenha confirmado oficialmente a mudança em comunicado público.
A declaração levanta preocupações sobre o impacto da medida no setor agroindustrial norte-americano, especialmente entre produtores de milho, que podem sofrer com a queda na demanda pelo insumo. Segundo a Corn Refiners Association, a alteração teria potenciais efeitos negativos, como perda de empregos, redução de renda agrícola e aumento das importações, sem ganhos nutricionais aparentes.
Dados do governo dos EUA indicam que cerca de 20% do açúcar consumido no país é importado, sendo que a maior parte do açúcar interno vem da beterraba — não do tipo exigido na reformulação da Coca-Cola. Com isso, países exportadores como o Brasil, que liderou o fornecimento de açúcar bruto de alto teor entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, poderiam ser alternativa de abastecimento.
No entanto, o fornecimento brasileiro foi afetado pela tarifa de 50% imposta por Trump sobre produtos do país, incluindo o açúcar. A medida torna o produto nacional menos competitivo em relação a fornecedores como República Dominicana (10%) e Filipinas (20%), podendo comprometer a participação brasileira no mercado americano.
Até o momento, não há confirmação oficial por parte da Coca-Cola sobre qualquer alteração na fórmula da bebida ou modificações na cadeia de abastecimento. A proposta permanece como declaração do presidente, divulgada exclusivamente em sua rede social.
A possível transição para o açúcar de cana segue em discussão, com repercussões econômicas e diplomáticas envolvendo o setor agrícola norte-americano e países exportadores.