O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 1,65% em julho, marcando a quarta retração consecutiva e a maior queda mensal desde junho de 2023, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (17). O resultado foi mais acentuado que o esperado por analistas, que projetavam uma baixa de 1,6%.
Resumo dos principais indicadores
Indicador | Variação em julho | Variação anterior (junho) |
---|---|---|
IGP-10 | -1,65% | -0,97% |
IPA (Atacado) | -2,42% | -1,54% |
IPC (Consumidor) | +0,13% | +0,28% |
INCC (Construção Civil) | +0,57% | +0,87% |
Acumulado em 12 meses | +3,42% | — |
IPA: forte queda no atacado
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-10, teve queda de 2,42%, puxada por recuos expressivos em commodities:
- Café em grão: -19,54% (ante -5,79%)
- Milho em grão: -11,38% (ante -16,21%)
- Minério de ferro: -6,83% (ante -2,52%)
- Açúcar VHP: -10,49% (ante -13,57%)
Todas as etapas de processamento do IPA registraram deflação, com destaque para Matérias-Primas Brutas (-4,21%), Bens Finais (-0,90%) e Bens Intermediários (-1,29%).
IPC desacelera com queda da gasolina
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,13%, desacelerando frente ao mês anterior. A principal influência veio do grupo Transportes, devido à redução de 5,6% no preço da gasolina pela Petrobras.
Entre os itens que mais contribuíram para a desaceleração:
- Gasolina: -0,62%
- Aluguel residencial: -0,60%
Seis das oito classes de despesa do IPC apresentaram queda, incluindo Habitação, Saúde, Alimentação, Vestuário, Comunicação e Transportes.
INCC: construção desacelera
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,57%, abaixo dos 0,87% registrados em junho. A desaceleração foi puxada pelo grupo Mão de Obra, que passou de 2,38% para 0,94%.
Sobre o IGP-10
O IGP-10 mede a variação de preços entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, abrangendo os segmentos produtor, consumidor e construção civil.