Ibovespa recua com tensão política e temor sobre tarifas dos EUA

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Centro de operações da B3 - Imagem: Divulgação

O índice Ibovespa B3 operava em queda nesta sexta-feira (18), refletindo o aumento das incertezas políticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Às 12h, o índice registrava recuo de 0,6%, mesmo com a alta das commodities e desempenho positivo das bolsas norte-americanas.

O mercado foi impactado pela operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação reacendeu tensões diplomáticas, principalmente após o presidente americano Donald Trump reforçar sua defesa pública ao ex-presidente brasileiro, mantendo a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Especialistas apontam que o episódio pode comprometer negociações bilaterais, dificultando a busca por redução ou suspensão das tarifas. Em declaração recente, Trump associou diretamente a política tarifária ao contexto jurídico envolvendo Bolsonaro, condicionando avanços comerciais a acordos políticos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu em pronunciamento oficial, classificando a medida como “chantagem inaceitável” e criticando parlamentares que apoiam a iniciativa norte-americana.

Setores com alta exposição ao comércio exterior, como o agronegócio (frutas, carnes, peixes) e o aeronáutico, foram destacados por analistas como os mais vulneráveis caso as sanções sejam ampliadas. A possibilidade de deterioração nas relações comerciais levanta preocupações entre investidores, especialmente após o veto presidencial à ampliação de cadeiras na Câmara e a decisão do STF sobre o IOF, que geraram desconforto entre aliados governistas.

Apesar da valorização internacional do minério de ferro (+0,38%) e do petróleo (+1%), papéis como Petrobras recuaram levemente no pregão. Vale apresentou leve alta de 0,29%, mas o mercado segue em alerta.

A agenda doméstica inclui reunião entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e representantes do setor produtivo para discutir estratégias diante da tarifa norte-americana. No exterior, investidores acompanham dados sobre sentimento do consumidor nos EUA e balanços corporativos.

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