Canadá quer acordo com Mercosul para reduzir dependência dos EUA

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Maninder Sidhu, ministro do Comércio do Canadá (à esquerda) caminha ao lado de Francois-Philippe Champagne, ministro das Finanças do Canadá; e Ruby Sahota, secretária de Estado do Canadá para o combate ao crime — Foto: David Kawai/Bloomberg

O governo canadense manifestou interesse em retomar negociações comerciais com o bloco sul-americano Mercosul, como estratégia para diversificar suas relações comerciais e reduzir a dependência dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo ministro do Comércio Exterior do Canadá, Maninder Sidhu, que confirmou diálogos com autoridades brasileiras, incluindo o chanceler Mauro Vieira.

Segundo Sidhu, o Canadá pretende ampliar seu portfólio de acordos internacionais, atualmente composto por 15 tratados de livre comércio que abrangem 51 países e garantem acesso a 1,5 bilhão de consumidores. O país assinou recentemente novos acordos com Equador e Emirados Árabes Unidos, e conduz negociações com nações da Ásia-Pacífico, como Indonésia e Filipinas, além do bloco Asean.

A decisão de buscar novos parceiros ocorre no contexto de crescentes tensões tarifárias com os EUA, principal destino das exportações canadenses. Segundo dados oficiais, a participação dos EUA nas vendas canadenses caiu para 68% em maio, o menor patamar histórico, frente à média de 75% no ano anterior. Autoridades canadenses alegam que tarifas impostas pela gestão Donald Trump afetaram a competitividade das empresas do país.

Sidhu destacou que seu papel é “abrir portas” e ampliar oportunidades comerciais e também no setor de defesa, buscando parcerias com a União Europeia e outros mercados estratégicos.

As tratativas entre Canadá e Mercosul já ocorreram em anos anteriores, mas não avançaram para um acordo definitivo. O bloco reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, e tem buscado novas alianças comerciais em meio a reformulações nas cadeias globais.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou publicamente em favor da retomada das negociações, alinhando-se à proposta canadense.

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