Soldados israelenses são detidos na Bélgica por suspeita de crimes de guerra em Gaza

2 Min de leitura
Exército de Israel (Foto: Reuters)
Exército de Israel (Foto: Reuters)

Dois soldados israelenses foram detidos e interrogados pela polícia federal da Bélgica no último fim de semana, durante o festival Tomorrowland, na cidade de Boom. A ação foi motivada por uma queixa urgente apresentada pela Fundação Hind Rajab (HRF) e pela Rede Global de Ação Legal (GLAN), que alegam envolvimento dos militares em crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza.

Contexto da detenção

  • Os soldados foram identificados por estarem exibindo a bandeira da Brigada Givati, unidade israelense acusada de envolvimento em operações militares contra civis palestinos
  • Após a abordagem, foram formalmente interrogados e liberados, mas o Ministério Público Federal da Bélgica confirmou que uma investigação criminal está em andamento

Marco jurídico internacional

  • A Bélgica invocou sua jurisdição extraterritorial, com base em tratados como as Convenções de Genebra e a Convenção da ONU contra a Tortura
  • A HRF classificou o episódio como um “ponto de virada na busca global por responsabilização”, destacando que mais de mil denúncias semelhantes já foram protocoladas em oito países

Caso Hind Rajab e repercussão internacional

  • A fundação leva o nome de Hind Rajab, menina palestina de seis anos morta em janeiro de 2024 por disparos de tanques israelenses enquanto fugia com a família
  • A investigação revelou que o carro onde estavam foi atingido por 335 projéteis, e dois socorristas da Crescente Vermelho Palestino também foram mortos ao tentar resgatá-la
  • A gravação de emergência feita por sua prima, Layan Hamadeh, de 15 anos, causou comoção internacional ao registrar 64 tiros em apenas seis segundos

Impacto sobre militares israelenses

  • A ofensiva judicial da HRF tem levado soldados israelenses a evitar viagens ao exterior, temendo prisões similares
  • Em fevereiro, o reservista Yuval Vagdani teve que deixar o Brasil às pressas após a abertura de uma investigação sobre sua atuação em Gaza
Compartilhar