A investigação sul-coreana sobre o acidente do voo Jeju Air 2216, ocorrido em 29 de dezembro de 2024, revelou evidências claras de que os pilotos desligaram o motor errado após uma colisão com pássaros durante a aproximação para pouso no Aeroporto de Muan. O desastre, que matou 179 dos 181 ocupantes, é considerado o mais mortal em solo sul-coreano.
Principais descobertas da investigação
- Dados do gravador de voz da cabine, registros de computador e um interruptor de motor recuperado indicam que os pilotos desligaram o motor esquerdo, que estava menos danificado, em vez do motor direito, que havia sido severamente atingido por aves.
- A decisão teria causado perda de potência e falha elétrica, impedindo o uso do trem de pouso e contribuindo para o pouso de barriga e a colisão com um muro de concreto, seguida de incêndio e explosão.
- Restos de patos Baikal Teal foram encontrados em ambos os motores, mas o direito apresentava danos mais graves.
Controvérsias e protestos das famílias
- A divulgação pública do relatório preliminar foi cancelada após protestos de familiares, que alegam que o documento culpa os pilotos prematuramente sem considerar falhas estruturais do aeroporto ou problemas organizacionais.
- O sindicato dos pilotos da Jeju Air acusou o órgão de investigação de tentar criar “bodes expiatórios”, ignorando fatores como o aterro no fim da pista e a possibilidade de pouso seguro com o motor esquerdo ativo.
Próximos passos
- A investigação continua com apoio de especialistas dos Estados Unidos e França, e o relatório final é esperado até junho de 2026.
- A ARAIB (Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferrovias da Coreia do Sul) prometeu ampliar o escopo da apuração para incluir infraestrutura aeroportuária e protocolos de emergência.