O jovem Lucas da Silva Santos, de 19 anos, morreu após dez dias internado na UTI em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A principal suspeita confirmada pela investigação é envenenamento por chumbinho em um bolinho de mandioca servido pelo padrasto, Admilson Ferreira dos Santos.
Admilson, preso pela Polícia Civil, confessou ter misturado o veneno a um pote de creme de leite e distribuído os bolinhos a Lucas, outro enteado e sua esposa. Segundo o depoimento, ele próprio ingeriu o alimento adulterado antes de compartilhar com os familiares, alegando intenção de suicídio. O jovem começou a passar mal cerca de 20 minutos após comer, convulsionou e sofreu parada cardíaca antes de ser reanimado, mas não resistiu.
A mãe de Lucas também está sob investigação, suspeita de ter adquirido o veneno clandestino a pedido do marido. O comerciante responsável pela venda do chumbinho foi detido em flagrante e liberado após audiência de custódia. A polícia classifica o caso como crime passional, motivado por ciúmes e resistência do padrasto à independência de Lucas, que havia conseguido um emprego e se preparava para sair de casa.
Além da investigação por homicídio qualificado, Admilson é acusado de abuso sexual contra os enteados, conforme registros anteriores. A manipulação dos bolinhos foi feita exclusivamente por ele, após encomendá-los à tia do jovem, inicialmente tratada como suspeita.
A perícia confirmou vestígios do veneno e segue avaliando os ingredientes usados no preparo. Os órgãos de Lucas foram doados pela família após confirmação da morte encefálica.