Nesta quarta-feira (23), Rússia e Ucrânia retomaram as negociações diretas em Istambul, na Turquia, com o objetivo de buscar uma saída para o conflito iniciado em fevereiro de 2022. A reunião marca a terceira rodada de conversas desde que os Estados Unidos convenceram os dois países a voltarem à mesa em maio.
Principais pontos da reunião
- A delegação russa é liderada por Vladimir Medinsky, assessor de Putin, enquanto a ucraniana é chefiada por Rustem Umerov, ex-ministro da Defesa
- As tratativas se concentram em trocas de prisioneiros, retorno de crianças ucranianas levadas à força e discussões sobre um possível cessar-fogo de 30 dias, proposto por Kyiv
- o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, minimizou expectativas e afirmou que “não há razão para esperar milagres”, reforçando que os objetivos militares da Rússia permanecem inalterados
Cenário militar e político
- A Rússia mantém ofensivas intensas no leste da Ucrânia e rejeita qualquer cessar-fogo sem que suas exigências sejam atendidas, como a retirada das tropas ucranianas de quatro regiões ocupadas e a renúncia à adesão à OTAN
- A Ucrânia, por sua vez, recusa essas condições, exige reparações, garantias internacionais de segurança e manutenção de sua soberania militar
- O presidente Volodymyr Zelensky voltou a pedir um encontro direto com Putin, mas o líder russo se recusa a participar pessoalmente das negociações
Pressão internacional e papel dos EUA
- O presidente Donald Trump impôs um prazo de 50 dias para que Moscou aceite um acordo de paz, sob ameaça de sanções severas e tarifas comerciais
- Trump também anunciou bilhões de dólares em armas avançadas para a Ucrânia, marcando uma mudança significativa em sua postura anterior
Resultados anteriores e perspectivas
- As rodadas anteriores, em maio e junho, resultaram apenas em trocas de prisioneiros e corpos de soldados, sem avanços rumo a um cessar-fogo
- Apesar do impasse, diplomatas acreditam que acordos pontuais podem continuar sendo firmados, enquanto as partes mantêm posições irreconciliáveis sobre o fim da guerra