Cúpula UE-China em Pequim expõe tensões comerciais e geopolíticas

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REUTERS/Johanna Geron
REUTERS/Johanna Geron

Nesta quinta-feira (24), líderes da União Europeia se reuniram com o presidente Xi Jinping, em Pequim, para a 25ª cúpula UE-China, marcada por cobranças sobre o déficit comercial europeu e apelos diplomáticos relacionados à guerra na Ucrânia.

Déficit comercial em foco

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que o relacionamento bilateral chegou a um “ponto de inflexão”, exigindo reequilíbrio:

“À medida que nossa cooperação se aprofundou, também se aprofundaram os desequilíbrios. Reequilibrar nossa relação bilateral é essencial”

A UE enfrenta um déficit comercial de €305 bilhões com a China, agravado por barreiras de acesso ao mercado chinês e pela superprodução industrial chinesa, especialmente em setores como veículos elétricos e tecnologia médica.

Apelo sobre a guerra na Ucrânia

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, pediu que a China use sua influência sobre a Rússia para encerrar o conflito:

“Chamamos a China a respeitar a Carta da ONU e a ajudar a pôr fim à guerra de agressão”

A UE também alertou sobre o apoio indireto de Pequim à economia de guerra russa, incluindo sanções recentes contra bancos chineses envolvidos no financiamento de insumos militares.

Outros temas abordados

  • Exportações de minerais críticos e controle de terras raras por parte da China preocupam a UE
  • A cúpula também tratou de mudanças climáticas, com um acordo conjunto para intensificar ações rumo à COP30 no Brasil
  • Questões como direitos humanos, cibersegurança e acesso ao mercado digital também foram levantadas pelos europeus

Clima diplomático tenso

A cúpula, inicialmente planejada para dois dias, foi reduzida a apenas um por decisão de Pequim. Apesar das divergências, Xi Jinping pediu que ambos os lados “busquem o terreno comum e lidem adequadamente com as fricções”

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