O iFood está em negociação para adquirir a empresa de benefícios Alelo, em um movimento estratégico que pode reposicionar a foodtech no mercado de serviços financeiros. Avaliada em cerca de R$ 5 bilhões, a operação, se confirmada, colocaria o iFood em destaque no setor de benefícios corporativos, que movimenta entre R$ 150 bilhões e R$ 200 bilhões por ano no Brasil.
O iFood já atua no segmento com o iFood Benefícios, que possui 600 mil usuários e faturamento anual de R$ 240 milhões. A Alelo, por sua vez, atende de 6 a 7 milhões de usuários e registra receita anual de R$ 2,9 bilhões. A fusão criaria uma nova força competitiva capaz de rivalizar com líderes como VR, Ticket, Pluxo, Caju e Flash, que juntas dominam 80% do mercado nacional.
Especialistas avaliam que as duas empresas possuem sinergias comerciais significativas, com canais semelhantes de operação que podem ser otimizados para ganho de escala, eficiência e inovação em um mercado altamente regulado.
O movimento é parte da estratégia do iFood para diversificar suas fontes de receita e reduzir a dependência do serviço de delivery, que ainda responde pela maior parte dos ganhos da empresa. Atualmente, os serviços financeiros representam 15% da receita da foodtech, estimada em R$ 10 bilhões. A meta é atingir equilíbrio entre delivery e serviços bancários até 2030.
A aquisição da Alelo impulsionaria essa transição, ampliando a frente de atuação bancária da empresa em meio às tendências de racionalização e geração de caixa buscadas por investidores.
A negociação é considerada estratégica no atual momento das startups, com maior foco em sustentabilidade financeira do que em crescimento acelerado. A possível fusão reforça a tendência de consolidação em setores com alta regulação e competição.
Ainda não há confirmação oficial sobre a conclusão do acordo, e o mercado aguarda os próximos capítulos para avaliar os impactos da possível operação na dinâmica concorrencial do setor.