Durante cerimônia oficial em Minas Novas (MG), nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom ao comentar a postura diplomática do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula reafirmou que o Brasil não aceitará interferências estrangeiras em suas decisões soberanas e sugeriu que Trump deveria ter feito contato direto, ao invés de divulgar carta à imprensa.
Lula declarou que o Brasil está aberto ao diálogo com os Estados Unidos, mas apenas com base em respeito mútuo. Segundo ele, “ninguém vai dizer o que a gente tem que fazer”, reforçando que o país possui território, recursos naturais e população que devem ser preservados por meio de decisões internas.
O presidente também mencionou o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que ele teria se refugiado nos EUA após os episódios envolvendo a tentativa de golpe em 8 de janeiro. Lula afirmou que a investigação conduzida pelas autoridades brasileiras resultou na delação e no indiciamento de envolvidos ligados ao ex-presidente.
Durante seu discurso, Lula relembrou momentos da sua gestão anterior, como sua participação no Fórum Econômico de Davos em 2003. Ele destacou sua origem operária e relatou episódios de confronto diplomático, incluindo a recusa em participar da guerra do Iraque a convite do então presidente George W. Bush.
Lula ainda criticou a forma como Trump publicou uma carta endereçada ao Brasil, sem estabelecer contato oficial. Segundo o presidente, esse tipo de comportamento não condiz com práticas diplomáticas adequadas entre líderes de Estado.