Caso Oruam: polícia do Rio se posiciona contra campanha de apoio ao rapper preso

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crédito: Tupi - Pablo Oliveira
crédito: Tupi - Pablo Oliveira

A Polícia Civil do Rio de Janeiro publicou um vídeo em seu perfil no Instagram rebatendo a mobilização nas redes sociais pela soltura do rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno. Ele é suspeito de desacato, ameaça, lesão corporal e dano, após uma confusão com agentes na Vila do Joá, zona oeste do Rio.

No vídeo, o cantor aparece provocando os policiais e lançando pedras contra eles, afirmando estar na comunidade da Penha e dizendo ser filho de Marcinho VP, apontado como liderança do Comando Vermelho — o que intensificou a repercussão do caso. Até o momento, no entanto, não há provas que vinculem Oruam diretamente à facção.

A Polícia Civil acusa o artista de incitar violência, proteger foragidos e tentar “inverter a lógica do certo e do errado”. Já a defesa de Oruam argumenta que a reação do rapper foi provocada por abuso de autoridade e que ele apenas reagiu após os policiais apontarem armas contra ele e seus amigos.

A postagem da polícia, com o título “Bandido não é artista. De que lado você está?”, provocou debates nas redes sociais. Fãs, artistas e ativistas defendem o direito de expressão dos MCs e denunciam o que consideram perseguição por perfil social, estético e por cantar a realidade das comunidades.

Oruam se entregou voluntariamente no dia 22. A Justiça decretou sua prisão preventiva por agressão a agentes públicos durante a operação, que mirava a apreensão de um adolescente suspeito de roubo. A polícia afirma que o cantor é investigado também por tráfico de drogas, embora, segundo sua defesa, nenhuma substância ilícita tenha sido encontrada em sua casa. O processo corre em segredo de Justiça.

O caso reacende o debate sobre o limite entre arte, denúncia social e criminalização de artistas periféricos.

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